Preceitos, preconceitos e promiscuidades.


Muitos homens professam crenças, espiritualidades ou fé, algumas de essas embasadas nas leis e nos mandamentos judaico-cristãos. Em esse particular pode acontecer uma crise de identidade, temor e receio gerado pelo choque entre os ensinamentos teológicos e os sentimentos particulares. E surge a colisão “Testamento VS. Testosterona”.
Em algum momento foi dito para um rapaz cuja família é religiosa (praticante ou não) que “é pecado e abominável um homem deitar com outro homem”, citando até as passagens bíblicas a seguir:
"Não te aproximarás dum homem como se fosse mulher, porque é uma abominação" (Levítico 18:22);
"Aquele que pecar com um homem como se ele fosse uma mulher, ambos cometerão uma coisa execrada" (Levítico 20:13).
Duas frases que, não lidas com seriedade, fizeram muitos homens passar o resto da vida frustrados, considerando-se anômalos e, em casos graves, cometerem suicídio.
Para pôr à mortificação dos homens cujos preceitos são judaico-cristãos, releia atentamente isto: “Não te aproximarás dum homem como se fosse mulher” e “Aquele que pecar com um homem como se ele fosse uma mulher”, o que há de semelhante nas duas frases?
Resposta: “homem como se fosse mulher”, mas como um homem se faz de “mulher”?
Quando deprecia sua própria a masculinidade (ou de outrem), tornando-se (-o) efeminado. Não se quer com isso dizer que um homem para ser dito “homem” deixe de ser educado, cortês, cavalheiro, todavia, não significa que deva usar trajes femininos, adereços e outros adornos e posturas.
E na prática do coito (penetração pênis - ânus), sexo anal. Mesmo que o homem penetrado seja masculino, naquele momento está se passando por “mulher” para outro homem quando deixam de lado seus valores masculinos e veste a camisa de passivo (termo criado junto com a categoria homossexual). Muitos homens apreciam essa conjunção carnal também com mulheres por alegarem ser prazeroso devido orifício ser estreito, óbvio, o prazer é captado pelas terminações nervosas do pênis. Homens que apreciam ser penetrados alegam sentir prazer por causa do estímulo da próstata. Agora, fica a pergunta, a mulher sente prazer por quê? A sensação de prazer muito está relacionado ao psicológico.
Em uma relação entre homens em que há respeito pela própria hombridade e a do amigo, onde não há submissão do outro (fazê-lo de “mulher”/passivo ao penetrá-lo) e cujo principal alicerce é a amizade construtiva e bem-querer salutar não se encontra algo impuro quando existe comum acordo.
preconceito existe por motivo da incompreensão, generalização e massificação, entretanto, o que se passa na intimidade entre dois amigos não diz respeito a terceiros, basta diminuir a concepção estereotipada  de  categoricamente enquadrarem como gays ou homossexuais dois homens que tenham um afeto e consideração mútua ou de concebê-los como pré-dispostos à promiscuidade caso tenham relações sexuais esporádicas.
E em muitos relacionamentos homem-mulher há mais depravação e promiscuidade do que numa relação entre homens sadia, viril, responsável e tranqüila. Se for analisar a fundo essa questão, podem-se notar inúmeros exemplos de como a sociedade supervaloriza costumes no mínimo ambíguos.
De um lado se expõe as mulheres-fruta e os pegadores (mulherengos, xoxoteiros), e do outro é propagandeada a liberdade sexual (leia-se, LGBT). São culturas diferentes que se unem contra quem não se coaduna de todo com elas (heteronormativos e, o recém-nascido, homonormativo). Em épocas de Carnaval, Paradas e em carnavais fora de época a exposição desenfreada do erotismo, sexo e da sexualidade é vista como algo comum, porém, uma demonstração de afeto mal analisado é um “atentado ao pudor”.
Há muito a ser refletido, mas, também é verdade que pouco pode ser mudado. O que é fundamental para cada homem que esteja lendo este texto é prestar atenção em como se sente e se um relacionamento amistoso como o que está sendo mostrado aqui prejudica a si ou a outrem. Se não prejudica a si nem a outrem (tendo em mente o que foi discutido sobre ser e/ou se fazer de “mulher”/passivo), então não é pecado. Haja visto que tal entendimento de pecado inexistia em sociedades antigas, pré/não-judaico-cristãs e pré-globalização, como, por exemplo, as gregas, espartanas, japonesas e hindus.
O discernimento do que é íntegro, salutar, respeitoso e construtivo e do que não é está dentro de cada um, basta exercitá-lo com perspicácia.

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